Ministério Público intervém contra número insuficiente de funcionários da saúde em Belo Horizonte


Ao longo de 2011, ocorreram várias manifestações dos servidores municipais da saúde em Belo Horizonte, e outras paralisações estão previstas para 2012. Os servidores reivindicam uma série de medidas de valorização dos servidores públicos, como a revisão do plano de carreira, a adequação da carga horária e da remuneração. A realização de concurso público para substituir o crescente número de terceirizados e, principalmente, contratados é também uma demanda do Sindicato dos Servidores Municipais.

Em agosto do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Prefeitura de Belo Horizonte, obrigando a realização de concurso público para substituir os trabalhadores contratados e terceirizados por servidores públicos efetivos até o dia 31 de dezembro de 2012. A necessidade de aumento do quadro de servidores públicos municipais é monitorada pelo Ministério Público desde 2003, no entanto, a situação agravou-se durante a atual administração municipal.

O prefeito Marcio Lacerda tem utilizado os contratos administrativos indiscriminadamente na administração do município, o que é uma péssima escolha, pois abre margem para a prática de corrupção, bem como a contratação de profissionais não capacitados.

Durante última gestão de Fernando Pimentel (PT), o quadro de funcionários do Sistema Municipal de Saúde (SMSA) aumentou 13,6%, passando de 14.886 funcionários em dezembro de 2004, para 16.908 no final de seu mandato em 2008. Esses 16.908 funcionários estavam divididos em 77,6% de servidores efetivos (53% de estatutários, 17,6% de celetistas, e 7,0% de servidores federais e estaduais municipalizados), 14,3% de terceirizados e 7,7% de funcionários vinculados por contratos administrativos.

A política municipal de saúde de Pimentel era orientada para a substituição gradual dos terceirizados, dos contratos administrativos e dos celetistas por servidores públicos estatutários. Em 2004, os servidores estatutários municipais eram 48,6% do total. No final da gestão petista, esse percentual já atingia 53%, o que demonstra a política bem sucedida de melhoramento da prestação de serviços municipais de saúde em Belo Horizonte.



fonte: Tabela 5 da página 38 do Relatório de Gestão de 2008 da Secretaria Municipal de Saúde

A situação inverteu-se a partir de 2009. O atual prefeito Márcio Lacerda, candidato esse ano à reeleição, não obstante o crescimento de 16,3% do quadro de funcionários do SMSA, teve o crescimento sustentado pelo aumento dos contratos administrativos. Estes, que representavam 7,7% do total em 2008, passaram para 13,8% em 2011.



fonte: Quadro 2 da página 19 do Relatório de Gestão de 2011

Os contratos administrativos, de características emergenciais, são prejudiciais para a prestação do serviço público. Esses contratos, por serem transitórios e muitas vezes com menor carga horária que a exigida dos servidores efetivos, reduzem a qualidade da prestação de serviço à população e resultam na demora de atendimento à população, no agendamento de cirurgias, e em torturantes filas nos postos de saúde e nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). Some-se a isso, a utilização frequente, no Brasil, de contratos administrativos para desvio de verbas públicas, para o favorecimento de pessoas e de grupos econômicos.

O concurso público e a efetivação dos servidores são um importante instrumento para enfrentar a corrupção, como destacou o promotor de justiça Eduardo Nepomuceno: O MPMG identificou a necessidade de realização de concursos públicos e a indispensável nomeação dos candidatos aprovados como forma de combate à corrupção no serviço público. (...) Vale registrar que muitos órgão públicos e Poderes Constituídos (...) realizam e vêm realizando concursos públicos como forma de dar validade aos princípios da democracia, republicano e da igualdade de acesso.”.

A atual política municipal de saúde é preocupante. Durante a gestão de Marcio Lacerda, a abertura de concursos públicos e de vagas para servidores estatutários diminuiu. Para encobrir a redução proporcional dos cargos efetivos, a Secretaria Municipal de Saúde passou a contabilizar, em seu Relatório Anual de Gestão, os servidores estatutários e celetistas em uma única categoria. Contabilizados em conjunto, essas categorias representam 70,9% do total dos funcionários do SMSA, percentual bem próximo ao da gestão anterior, quando esse percentual era de 70,6%, o que demonstra que a expansão do SMSA foi sustentada, principalmente, pelos contratos administrativos.

Não é sem razão que a Saúde em Belo Horizonte aparece como a principal preocupação da população belorizontina nessas eleições de 2012. Nos últimos 4 anos, o prefeito Marcio Lacerda tem brindado a população belorizontina com a falta de infraestrutura dos postos de saúde e das UPAs, com desvalorização dos servidores públicos, e, principalmente, com os contratos administrativos emergenciais que, além de reduzir a qualidade da prestação do serviço municipal de saúde, são um conhecido instrumento de corrupção, de desvio de dinheiro público, e de concessão de vantagens clientelistas e imorais.

Campanha de Vacinação contra o vírus H1N1 vai até o final de Julho



A Campanha de Vacinação contra o vírus H1N1(gripe suína) iniciou-se em maio e durará até o final de julho nos postos de saúde de Belo Horizonte. Mulheres gestantes e crianças entre seis meses a dois anos de idade são o público-alvo da campanha, que tem o objetivo de reduzir o número de mortes e de pessoas internadas devido às complicações decorrentes do vírus da gripe.

É importante vacinar-se, pois, apenas em Belo Horizonte, 223 casos da gripe suína aguardam confirmação. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o número de pessoas que morreram contaminadas pelo vírus chegou a 15 pessoas e pode subir para 18, caso confirmem-se outros três casos.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte, o número de internações foi reduzido em 40% e as mortes provocadas pelos sintomas do H1N1 em 11%. A Secretaria Municipal de Saúde informa que a imunização das gestantes é importante, pois a vacinação é válida tanto para a mãe, quanto para o bebê. Já os Adultos que receberam a primeira dose não precisam se vacinar novamente, pois a segunda dose é exclusiva para crianças.

Os efeitos colaterais, como febre, dores musculares e indisposição, podem ocorrer em até 48 horas após a vacinação e a vacina é contraindicada para pessoas alérgicas ao ovo



Poucos servidores e muitas filas: como a saúde de BH decaiu nos últimos anos

06:15 Postado por Roberto Sampaio 0 comentários

A política de saúde do prefeito Marcio Lacerda tem reduzido assustadoramente a qualidade dos serviços de saúde prestados em Belo Horizonte. Ao lado da deteriorização da infraestrutura de saúde da cidade, como os postos de saúde e as UPAs, tema do nosso post do dia 24 de julho, ocorrem o descaso com o cidadão e a desvalorização do servidor público municipal.

Em 2011, os servidores públicos realizaram diversas manifestações (01, 02, 03) e a campanha de reivindicações  continua nesse ano. A revisão dos planos de carreira é necessária para melhorar a qualidade da saúde na nossa cidade.  O Sindicato dos Servidores Municipais (Sindibel) apresenta como medidas necessárias a incorporação das gratificações e das bonificações no subsídio, pois, no atual plano, os vencimentos dos servidores da saúde são reduzidos em 40% quando eles se aposentam (Jornal do Sindibel de Junho de 2012, página 3).  Mas a realização de concursos para a efetivação de servidores públicos é mais urgente.

Em 2012, a prefeitura realizou somente um concurso público para a área de saúde, abrindo 1.500 vagas. Esse número é muito pequeno se comparado à demanda da cidade. Dados do Relatório de Gestão da Saúde  de 2011 mostram que dentre os 19.666 funcionários da saúde do Sistema Municipal de Saúde (SMSA), quase 3 mil são contratados e outros 3 mil são terceirizados. Essas categorias possuem, muitas vezes, menor carga horária do que a do servidor público efetivo. O resultado é um número insuficiente de funcionários,que tem reflexo na demora no atendimento e no sofrimento dos cidadãos, principalmente dos mais necessitados.

A demora no atendimento tem ocorrido em todos os setores da saúde municipal, desde o atendimento inicial até a marcação de consultas com médicos especialistas (01, 02, 03, 04). A espera para realizar cirurgias é a mais preocupante. Mais de 18 mil pessoas encontram-se na fila de espera e, caso seja mantida a política de saúde da atual gestão municipal, esse número aumentará.

Esse descaso algumas vezes resulta em morte, e a revolta das pessoas, desesperadas pelo sofrimento de algum parente ou frustradas pela espera, é, muitas vezes, externada em violência contra os funcionários da saúde, que se encontram impotentes diante do abandono da atual prefeitura. Os servidores municipais são aqueles que estão em contato direto com a população e por isso são o alvo primário de suas frustrações.

O prefeito Márcio Lacerda e seus secretários são os responsáveis pela a triste situação da saúde belorizontina. A esperança daqueles que desejam uma melhora na prestação dos serviços de saúde de Belo Horizonte é que essas insatisfações e frustrações sejam direcionadas para as urnas eleitorais e que, depois das eleições de outubro, tenhamos um Prefeito mais compromissado com a saúde e com o povo de Belo Horizonte.

Fonte da primeira imagem:
Jornal do Sindibel de maio de 2012


Fonte da segunda imagem:
Jornal o Tempo

Falta de investimento nos últimos 4 anos desestrutura as UPAs em BH



As Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) foram criadas com o objetivo de atender às situações de emergência, sejam situações agudas (com sintomas há pouco tempo, como desmaios, febre alta) ou quadros extremos de doenças diagnosticadas (como diabetes, pressão alta). Contudo, as UPAs foram transformadas em mini-hospitais durante a atual gestão.

O desvirtuamento de função deve-se à falta de leitos hospitalares em Belo Horizonte, que, devido à gravidade da situação, foi tema de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal em maio desse ano.

A utilização das UPAs como unidade de tratamento permanente causa enorme dano ao paciente e ao sistema de saúde. Primeiro, porque as UPAs não são equipadas e tampouco organizadas para esse tipo de tratamento. Segundo, porque a alocação de funcionários e equipamentos para o tratamento contínuo reduz muito a capacidade de pronto-atendimento das unidades, o que gera filas ou atendimento médico insuficiente, resultando em retornos frequentes dos pacientes aos centros de saúde (01, 02).

A deteriorização da infraestrutura das UPAs e a sua utilização como unidade de tratamento permanente dão origem a situações absurdas, onde o atendimento de reações alérgicas pode demorar 12 horas ou um paciente com sintomas de infarto aguarda 4 horas para ser atendido e somente é encaminhado a uma maca após a morte de outro.

A falta de leitos hospitalares e a de materiais nesses centros de pronto-atendimento comprometem também o atendimento das ambulâncias do SAMU. Seis dos 26 veículos de urgência para transporte de doentes e feridos de Belo Horizonte ficam retidos por 12 horas, em média, por causa da escassez de macas, como apurado pelo jornal Hoje em Dia. Em média, 10 pacientes deixam de ser atendidos a cada hora de inoperância da ambulância.

O prefeito Marcio Lacerda criou essa situação absurda, após quatros anos negligenciando a construção de novas unidades de saúde, como o Hospital do Barreiro, que era uma demanda urgente nas eleições de 2008. A falta de investimento na compra de materiais também assusta, como no caso das macas, principalmente quando se descobre o seu baixo custo.

Remédio para tratamento da gripe suína (vírus H1N1) estará disponível em todos os postos de Minas

domingo, 15 de julho de 2012 08:23 Postado por Roberto Sampaio 0 comentários

O remédio utilizado para o tratamento da gripe suína, o Tamiflu 75mg (fosfato de Oseltamivir), será disponibilizado em toda a rede de saúde do Estado a partir do dia 19 desse mês. Nas cidades pequenas, onde não há unidades de atendimento 24 horas, será indicado um responsável por distribuir o medicamento.

O Estado dispõe de 2 milhões de tratamentos, proporcionados pelo Ministério da Saúde, para serem utilizados. Em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Saúde, foram registrados 41 casos de infecção, 15 mortes e outros 46 casos estão sob investigação.

Necessário informar que a Campanha de Vacinação continua em Belo Horizonte até o final do mês e tem como objetivo imunizar mulheres gestantes e crianças entre seis meses e dois anos de idade.