As Unidades de
Pronto-Atendimento (UPAs) foram criadas com o objetivo de atender às
situações de emergência, sejam situações agudas (com sintomas há pouco tempo,
como desmaios, febre alta) ou quadros extremos de doenças diagnosticadas (como
diabetes, pressão alta). Contudo, as UPAs foram transformadas em mini-hospitais durante a atual gestão.
O
desvirtuamento de função deve-se à falta de leitos hospitalares em Belo
Horizonte, que, devido à gravidade da situação, foi tema de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da
Câmara Municipal em maio desse ano.
A utilização
das UPAs como unidade de tratamento permanente causa enorme dano ao paciente e
ao sistema de saúde. Primeiro, porque as UPAs não são equipadas e tampouco
organizadas para esse tipo de tratamento. Segundo, porque a alocação de
funcionários e equipamentos para o tratamento contínuo reduz muito a capacidade
de pronto-atendimento das unidades, o que gera filas ou atendimento médico
insuficiente, resultando em retornos frequentes dos pacientes aos centros de saúde (01,
02).
A
deteriorização da infraestrutura das UPAs e a sua utilização como unidade de
tratamento permanente dão origem a situações absurdas, onde o atendimento de reações
alérgicas pode demorar 12 horas ou um paciente com sintomas de infarto aguarda
4 horas para ser atendido e somente é encaminhado a uma maca após a morte de
outro.
A falta de
leitos hospitalares e a de materiais nesses centros de pronto-atendimento
comprometem também o atendimento das ambulâncias do SAMU. Seis dos 26 veículos
de urgência para transporte de doentes e feridos de Belo Horizonte ficam
retidos por 12 horas, em média, por causa da escassez de macas, como apurado
pelo jornal Hoje em Dia. Em média, 10 pacientes deixam de ser
atendidos a cada hora de inoperância da ambulância.
O prefeito
Marcio Lacerda criou essa situação absurda, após quatros anos negligenciando a
construção de novas unidades de saúde, como o Hospital do Barreiro, que era uma demanda urgente nas
eleições de 2008. A falta de investimento na compra de materiais também assusta,
como no caso das macas, principalmente quando se descobre o seu baixo custo.
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