Falta de investimento nos últimos 4 anos desestrutura as UPAs em BH

quarta-feira, 25 de julho de 2012 10:53 Postado por Roberto Sampaio


As Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) foram criadas com o objetivo de atender às situações de emergência, sejam situações agudas (com sintomas há pouco tempo, como desmaios, febre alta) ou quadros extremos de doenças diagnosticadas (como diabetes, pressão alta). Contudo, as UPAs foram transformadas em mini-hospitais durante a atual gestão.

O desvirtuamento de função deve-se à falta de leitos hospitalares em Belo Horizonte, que, devido à gravidade da situação, foi tema de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal em maio desse ano.

A utilização das UPAs como unidade de tratamento permanente causa enorme dano ao paciente e ao sistema de saúde. Primeiro, porque as UPAs não são equipadas e tampouco organizadas para esse tipo de tratamento. Segundo, porque a alocação de funcionários e equipamentos para o tratamento contínuo reduz muito a capacidade de pronto-atendimento das unidades, o que gera filas ou atendimento médico insuficiente, resultando em retornos frequentes dos pacientes aos centros de saúde (01, 02).

A deteriorização da infraestrutura das UPAs e a sua utilização como unidade de tratamento permanente dão origem a situações absurdas, onde o atendimento de reações alérgicas pode demorar 12 horas ou um paciente com sintomas de infarto aguarda 4 horas para ser atendido e somente é encaminhado a uma maca após a morte de outro.

A falta de leitos hospitalares e a de materiais nesses centros de pronto-atendimento comprometem também o atendimento das ambulâncias do SAMU. Seis dos 26 veículos de urgência para transporte de doentes e feridos de Belo Horizonte ficam retidos por 12 horas, em média, por causa da escassez de macas, como apurado pelo jornal Hoje em Dia. Em média, 10 pacientes deixam de ser atendidos a cada hora de inoperância da ambulância.

O prefeito Marcio Lacerda criou essa situação absurda, após quatros anos negligenciando a construção de novas unidades de saúde, como o Hospital do Barreiro, que era uma demanda urgente nas eleições de 2008. A falta de investimento na compra de materiais também assusta, como no caso das macas, principalmente quando se descobre o seu baixo custo.

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